A primeira corrida do Campeonato Brasileiro de Construtores de 1973 tinha aquela mistura de medo do desconhecido e empolgação com um futuro cheio de possibilidades. Afinal de contas, pela primeira vez o Brasil tinha exclusivamente um campeonato de protótipos Made in Brazil, sem ter que concorrer ou ser comparados com os carrões do exterior. O campeonato de D4 do ano anterior foi só uma tentativa, mas muitos brigavam pela proibição definitiva dos Divisão 6, que diga-se de passagem, já eram muito poucos no Brasil para correr sozinhos e acabavam sempre exigindo a presença - e humilhando - os carros da D4.
Programou-se então um campeonato com 12 corridas, e nem é preciso dizer, com o benefício da retrospectiva, que não foram realizados tantos eventos assim.
Esta primeira prova foi realizada em Interlagos, no dia 18 de março. Não havia muitos carros na pista, somente 14 na primeira bateria - seis da classe B, acima de 2 litros, e oito da classe A. A prova seria disputada em duas baterias de 10 voltas.
Na primeira bateria, foi dada a partida por engano, logo após a retirada da placa de um minuto, Pedro Victor de Lamare não conseguiu largar, e seu mecânico que trabalhava no carro foi quase atropelado no processo. Assim caiu o número para treze carros logo de cara. O bicho papão da D4, Mauricio Chulam, teve azar nessa corrida, seu carro também não pegou, foi empurrado e então abalroado pelo carro de Sergio Zamprogna. Quase ocorre um grande acidente. Mauricio deu somente uma volta, pois a suspensão foi quebrada, e ficou esperando a segunda bateria.
Apesar de estar com problemas no seu carro, pois o óleo se misturava à água do sistema de regrigeração, Arthur Bragantini ganhou a primeira bateria com certa facilidade, por que os outros carros da sua categoria também estavam bem fracos. Antonio Carlos Avallone largou na frente, mas um vazamento o fez rodar na pista diversas vezes, deixando o caminho para Bragantini e Camillo Christofaro, este último pilotando um Fúria com motor Chrysler. Chateaubriand ganhou na classe A, com um Manta-FNM.
Na segunda bateria, Bragantini largou na frente, seguido de Christofaro, mas logo foram alcançados e ultrapassados por Avallone, que largara em último. O careca estava demais, e marcou melhor volta a 3m03.4s na sua criação. Infelizmente, seus mecânicos esqueceram um detalhe, de encher o tanque, o carro engasgou e Avallone foi ultrapassado por Kid Cabeleira.
Quem? pera aí, de onde surgiu esse cara? Kid Cabeleira nada mais era do que o piloto mineiro Luis Carlos Pinto da Fonseca, hoje dono de um dos principais cartórios de Belo Horizonte. Cabeleira sempre esteve presente nas corridas do Mineirão e em provas em Brasília, e certa feita teve a honra de dividir um GTX com Chico Lameirão. Em 1972 comprou um dos carros de Avallone, e desistiu do apelido - quem sabe houvesse cortado o cabelo?
O Avallone de Cabeleira -- quer dizer, Fonseca
Mas nessa segunda bateria da prova em Interlagos o ex-Kid Cabeleira ganhou, fazendo um tempo bem melhor do que Bragantini na primeira bateria. Foi essa a sua grande vitória, que infelizmente, não foi suficiente para uma vitória na geral - na primeira bateria Fonseca fizera só 7 voltas. Assim, foi uma semi-vitória, como gosto de chamar as vitórias em baterias.
Fonseca fez o campeonato inteiro, mas nunca mais chegou perto das vitórias. O nome do piloto aparece erroneamente numa revista QR da época, como Luis Carlos Pereira da Fonseca. Está vendo, se fosse Kid Cabeleira ninguém errava.
Na Classe A ganhou o cabeludo Newton Pereira, sua única vitória na D4.
Programou-se então um campeonato com 12 corridas, e nem é preciso dizer, com o benefício da retrospectiva, que não foram realizados tantos eventos assim.
Esta primeira prova foi realizada em Interlagos, no dia 18 de março. Não havia muitos carros na pista, somente 14 na primeira bateria - seis da classe B, acima de 2 litros, e oito da classe A. A prova seria disputada em duas baterias de 10 voltas.
Na primeira bateria, foi dada a partida por engano, logo após a retirada da placa de um minuto, Pedro Victor de Lamare não conseguiu largar, e seu mecânico que trabalhava no carro foi quase atropelado no processo. Assim caiu o número para treze carros logo de cara. O bicho papão da D4, Mauricio Chulam, teve azar nessa corrida, seu carro também não pegou, foi empurrado e então abalroado pelo carro de Sergio Zamprogna. Quase ocorre um grande acidente. Mauricio deu somente uma volta, pois a suspensão foi quebrada, e ficou esperando a segunda bateria.
Apesar de estar com problemas no seu carro, pois o óleo se misturava à água do sistema de regrigeração, Arthur Bragantini ganhou a primeira bateria com certa facilidade, por que os outros carros da sua categoria também estavam bem fracos. Antonio Carlos Avallone largou na frente, mas um vazamento o fez rodar na pista diversas vezes, deixando o caminho para Bragantini e Camillo Christofaro, este último pilotando um Fúria com motor Chrysler. Chateaubriand ganhou na classe A, com um Manta-FNM.
Na segunda bateria, Bragantini largou na frente, seguido de Christofaro, mas logo foram alcançados e ultrapassados por Avallone, que largara em último. O careca estava demais, e marcou melhor volta a 3m03.4s na sua criação. Infelizmente, seus mecânicos esqueceram um detalhe, de encher o tanque, o carro engasgou e Avallone foi ultrapassado por Kid Cabeleira.
Quem? pera aí, de onde surgiu esse cara? Kid Cabeleira nada mais era do que o piloto mineiro Luis Carlos Pinto da Fonseca, hoje dono de um dos principais cartórios de Belo Horizonte. Cabeleira sempre esteve presente nas corridas do Mineirão e em provas em Brasília, e certa feita teve a honra de dividir um GTX com Chico Lameirão. Em 1972 comprou um dos carros de Avallone, e desistiu do apelido - quem sabe houvesse cortado o cabelo?
O Avallone de Cabeleira -- quer dizer, Fonseca
Mas nessa segunda bateria da prova em Interlagos o ex-Kid Cabeleira ganhou, fazendo um tempo bem melhor do que Bragantini na primeira bateria. Foi essa a sua grande vitória, que infelizmente, não foi suficiente para uma vitória na geral - na primeira bateria Fonseca fizera só 7 voltas. Assim, foi uma semi-vitória, como gosto de chamar as vitórias em baterias.
Fonseca fez o campeonato inteiro, mas nunca mais chegou perto das vitórias. O nome do piloto aparece erroneamente numa revista QR da época, como Luis Carlos Pereira da Fonseca. Está vendo, se fosse Kid Cabeleira ninguém errava.
Na Classe A ganhou o cabeludo Newton Pereira, sua única vitória na D4.
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